Review: Assassin's Creed 4: Black Flag

09 novembro 2013


Assassin's Creed 4: Black Flag, em minha humilde opinião, é o melhor da série. Para começar, temos um personagem principal mais real. Quando digo isso é porque o maior pecado de Assassin's Creed 3 é ter colocado Connor com uma personalidade estúpida: seguia ordens de pessoas que mal conhecia em prol de uma luta que nem era dele. Já seu avô, Edward, é quase um anti-herói: adora a vida de pirata, é ambicioso, gosta de uma briga e não segue ordens de ninguém. Além disso, fora do Animus temos missões com foco em primeira pessoa, novidade na série. Essa parte prefiro não contar para não estragar as surpresas.

Assassin's Creed 4 já vem com legendas e dublagem em português. Apesar das legendas estarem bem traduzidas, com algumas gírias pertinentes, a dublagem ficou tão ruim que passei a jogar em inglês após 10 minutos de jogo, o que tornou a experiência bem mais agradável, tendo em vista que os personagens demonstram mais personalidade através de suas vozes originais, mostrando sotaques de cada região e expressando suas emoções de maneira mais crível. 


As duas melhores caracterísitcas do novo Assassin's ainda não foram mencionadas. A primeira: os gráficos. De longe, é o jogo mais bonito da série. As ilhas paradisíacas, a navegação pelo oceano, até mesmo os ambientes fechados são bem trabalhados. Arrisco dizer que tive a mesma sensação de quando joguei Uncharted 2 no PS3. Claro, bugs existem aqui e ali, mas nada que atrapalhe. Muitas vezes você irá parar de jogar apenas para ver o por do sol de dentro de seu navio, ou uma tempestade com trombas d'água se aproximando (se ficar parado aqui, já era). Enfim, o jogo se despede da atual geração de maneira exemplar. Falando nisso, a diferença gráfica para a próxima geração não é tão grande. Segundo vários vídeos que vazaram na internet, essa diferença é mais na parte de visualização de distância: nos videogames next gen podemos ver paisagens mais distantes e o carregamento do jogo é mais rápido. 

A segunda característica marcante deste novo Assassin's seria seu mundo aberto. Sempre que jogo games sandbox, como GTA, Red Dead Redemption, até mesmo os outros Assassin's, prefiro seguir a história principal a ficar colecionando itens ou fazendo missões que não me acrescentarão nada para a história. Aqui é diferente. Pela primeira vez em um jogo de mundo aberto, me peguei fugindo da história principal. Tudo quanto é lugar no game, qualquer parte em que você esteja, seja no mar ou em terra firme, existe algo perto de você que te intriga a saber o que é ou a pegar simplesmente porque está lá. A sensação é viciante. Se você está na ilha e sobe até um ponto alto para fazer uma sincronização (marca da série), vários tesouros, itens e colecionáveis aparecem no mapa para tristeza do jogador, que ficará compelido a pegar todos eles. Inclusive, você pega letras de músicas. Isso mesmo, ao longo das ilhas, itens parecidos com notas musicais irão aparecer flutuando pelo cenário. Ao alcançá-los, músicas diferentes estarão disponíveis para quando sua tripulação estiver em alto mar ter alguma distração. 

Assassin's Creed 4 pega emprestado de Far Cry 3 o modo de fabricação de itens, onde você caça determinado número de animais para poder fazer um coldre de uma arma por exemplo. Mais um fator que faz com que o jogador não deixe nada para trás. O navio, batizado de Jackdraw e traduzido como "O Gralha", é um personagem a parte. Cheio de detalhes, pode ser personalizado e, ao longo do jogo, melhorado, transformando-se em uma máquina de combate. As batalhas contra navios também são um show a parte. Destruir um galeão e depois invadi-lo para saqueá-lo é prazeroso. E não é só isso que você irá fazer quando estiver em águas profundas. Existe um mini-game onde você caça baleias e tubarões. Muito divertido. Você encontra náufragos pelo mar, névoas sinistras, ilhas pequeninas que podem ser exploráveis, navios naufragados que guardam tesouros... Enfim, é um parque de diversões. 

No multiplayer, a brincadeira de gato e rato continua. Tentar se misturar com os NPCs para enganar os adversários e promover um assassinato em série continua legal, assim como na versão anterior. 


Assassin's Creed 4 renova a série, colocando a diversão em primeiro lugar. Se a história é rasa, porém mais interessante de se acompanhar que os outros jogos em minha opinião, é fora dela que o jogo brilha. E não se enganem em achar que este episódio é só um caça níquel baseado nas batalhas de navio do episódio anterior, como eu pensei. Assassin's Creed 4 é sim, um dos melhores games do ano. 

Nota: 4/5 (Ótimo)

Plataformas: PS3/Xbox 360/PS4/ Xbox One/PC
Produtora: Ubisoft

Até mais! Cris

09 novembro 2013
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